Os limites da amizade

Dos indivíduos que integram qualquer coletivo humano, o “hiperssocial” é um tipo muito particular. De fato, esse sujeito parece ser amigo de todo mundo, seu celular toca constantemente, há tempos que alcançou o limite de amigos no Facebook e é impossível ter uma conversa com ele, pois o hiperssocial para o tempo todo para cumprimentar alguém que está passando perto.

Analisando esse personagem curioso, surge uma pergunta: de todos os vínculos mantidos, quantos são verdadeiros laços de amizade? E de acordo com vários estudos científicos, não muitos!

Por anos, o antropólogo inglês Robin Dunbar se dedicou a pesquisar profundamente o assunto. Analisando o comportamento de primatas e humanos e seus diferentes processos cerebrais, ele chegou ao número de pessoas com as quais somos capazes de nos relacionar. Embora seja difícil de acreditar, por mais sociáveis que sejamos, dificilmente superaremos os 150.

Essas 150 pessoas, por sua vez, dividem-se em diferentes grupos. Os amigos próximos costumam estar em torno de 15, dos quais apenas 5, ou menos, correspondem aos tão preciosos melhores amigos. O resto do grupo está formado por esses conhecidos, com quem temos uma boa relação e que vemos, pelo menos, uma vez por ano.

Com o advento das novas tecnologias, Dunbar se viu obrigado a rever sua teoria. Plataformas como o Facebook, Instagram, YouTube e Twitter conseguiram fazer com que todos nós encarnássemos o personagem do hiperssocial, pelo menos de vez em quando. Hoje em dia, podemos ter uma quantidade imensa de contatos e nos relacionarmos com eles sem a necessidade de vê-los pessoalmente. Entretanto, o antropólogo acabou chegando às mesmas conclusões de anos atrás. Apesar de termos milhares de amigos no Facebook, nosso cérebro se mantém fiel aos 150.

Por que você acha que tendemos a acumular mais contatos no mundo virtual que no real? Quantos amigos verdadeiros você tem?