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Continuaremos falando sobre assédio, sim!

Momento Lifetime
Por Lifetime Brasil el 23 de July de 2022 a las 00:30 HS
Continuaremos falando sobre assédio, sim!-0

No início da semana eu explodi lá no Twitter com posts sobre o comportamento nojento e machista de um participante do BBB. Uma atitude que, na minha opinião, deveria ser repudiada pela emissora, tamanha foi a grosseria do rapaz (que, aliás, permaneceu no programa com mais de 50 milhões de votos). Depois, o ator que assediou a figurinista (de posição hierárquica mais baixa que a dele), e que é contratado por essa mesma emissora, enfim assumiu o ato com uma carta mea-culpa nas redes sociais e na imprensa. Mas veja, isso só aconteceu porque houve um movimento e, com isso, a história tomou outro rumo e não foi varrida para debaixo do tapete. 

 

Isso aconteceu porque não nos calamos, não aceitamos e nem vamos aceitar esse tipo de atitude caladas e, porque, enfim, as mulheres estão tirando força e coragem para fazer a parte mais importante contra qualquer crime: a denúncia.

 

A campanha foi viralizada na internet em horas e colocou à tona o assunto: precisamos falar sobre assédio. Sobre assédio moral cometido por pessoas como o participante do BBB. Sobre assédio físico, como a mão do José Mayer na genitália da Su Tonani. Sobre assédio psicológico, que tanto acontece nos escritórios e nas relações entre patrão e empregado. Precisamos falar sobre assédio para encorajar outras mulheres a falarem também. Para não deixar que as vítimas se calem (e que sejam colocadas na posição de culpadas). Precisamos falar para mostrar a nossa força. E, principalmente, para desconstruir esse conceito machista e violento, pensando na formação dos nossos filhos e filhas. 

 

O movimento das mulheres que ficaram do lado da Su Tonani aconteceu, tomou força e, só aí, repercutiu a favor dela. E se nós tivéssemos nos calado? Ela seria mais uma oportunista? Ela teria dado mole para o ator? Ela estaria se insinuando? Provavelmente essa seria a conclusão da sociedade machista. Mas ainda bem que movimentos existem e estão cada dia mais fortes. 

 

Não, isso não ficará assim. O seu lugar é onde você quiser, com quem você quiser e do jeito que você quiser. Essa, inclusive, é a premissa do Dica de Mãe que eu carrego como objetivo de vida. 

 

O cara ter se retratado em público minimiza a sua culpa? Não. Nos dá o direito de encerrar o assunto? Não. O exime da punição? Não. Mas mostra um outro lado: que um senhor de pensamento arcaico e machista PODE mudar de opinião com relação ao comportamento entre homens e mulheres. Que PODE, com a sua atitude, induzir outros homens a fazerem o mesmo. Que PODE trazer à tona a discussão. Mas nada disso apaga o que ele fez. Nada disso apaga a humilhação sofrida por uma mulher em seu ambiente de trabalho. Ou em qualquer lugar que seja. 

 

Assumir não resolve. O que ajuda é a mudança de comportamento. E, se esses agressores não quiserem usar o ator como exemplo, que prestem atenção ao movimento. Porque não podemos nos calar. Juntas, incentivaremos mais e mais mulheres a gritarem conosco: Mexeu com uma, mexeu com todas! 

#chegadeassédio

 

 


Continuaremos falando sobre assédio, sim! - 1Nanna Pretto é jornalista, baiana, casada com paulista e mãe de dois meninos. 
É autora do blog Dica de Mãe, que deu origem ao livro “101 coisas que você precisa fazer com seus filhos antes que eles cresçam”. É corredora há mais de 15 anos e tenta fazer da ioga e do ballet um hábito. Ama seriados, reality shows e reprises de filmes. 


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