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Gellarah: uma contribuição feminina no Afeganistão

Momento Lifetime
Por Lifetime Brasil el 23 de July de 2022 a las 00:30 HS
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Três amigas que se conheceram em um clube de leitura para mulheres criaram a primeira revista feminina no Afeganistão, chamada Gellarah, que significa “mulher muito bonita” e tem como objetivo mudar a imagem da mulher afegã.

 

Elas estão conscientes de que se trata de uma prática revolucionária e de que seus textos e os temas tratados podem colocá-las em perigo, por desafiar os costumes do país, onde é legal a atacar as mulheres por serem imorais – tudo isso é parte de uma cultura muçulmana muito conservadora.

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Fatana Hassansada, de 23 anos, e redatora-chefe, explica que a imagem que o Ocidente tem de mulheres afegãs se reduz a “histórias de mulheres que não podiam sair de casa, que se casavam muito jovens ou que eram vítimas de ‘bad dadan’(a tradição na qual uma mulher é entregue de presente para resolver um problema entre duas famílias)”, explica Fatana.

 

Na revista, elas mostram histórias opostas às mencionadas: uma professora bem-sucedida de ioga em Cabul, a moda afegã, a pílula anticoncepcional ou cosméticos. O desafio já começa na capa: uma mulher sem véu. E, de fato, a questão do direito de decidir se as mulheres querem ou não andar com a cabeça coberta é uma das favoritas da publicação.

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“Também queremos tratar de temas tabus”, afirma Fatana. Elas planejam publicar artigos sobre a menstruação, que no Afeganistão é chamada de “marisi” (doença), ou sobre o aborto, uma questão muito delicada em um país muçulmano e conservador.

 

A maior barreira que elas enfrentam neste momento é como conseguir financiamento para avançar com a proposta, já que as vendas obtidas com os exemplares não cobrem os gastos de publicação. O mecanismo de venda, por não contar com bancas de jornal, consiste em ir de porta em porta e conseguir falar com as mulheres, para lhes mostrar quão grande é o mundo e que os limites impostos atualmente por sua cultura não têm que continuar assim. Por isso, elas se consideram protetoras das oprimidas.

 

O que você acha dessa experiência?

 

Fonte: Twitter / Pulso DF