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Mulher, negra e aventureira: quem é a motociclista que quebrou todos os tabus na década de 30 nos EUA

Momento Lifetime
Por Lifetime Brasil el 23 de July de 2022 a las 00:30 HS
Mulher, negra e aventureira: quem é a motociclista que quebrou todos os tabus na década de 30 nos EUA-0

Na década de 30, quando as leis de segregação racial estavam a todo vapor, a americana Bessie Stringfield resolveu viver a vida do seu jeito. Negra, mulher e apaixonada por sua Harley-Davidson, não hesitou em quebrar barreiras sociais e físicas para realizar seus sonhos.

Nascida em 1911, Bessie conseguiu sua primeira moto quando ainda era adolescente. Ela aprendeu a dirigir sozinha e, aos 19 anos, jogou uma moeda sobre um mapa e decidiu que esse seria o destino de sua primeira aventura sobre duas rodas pelo país – completamente sozinha. 

Naquela época, grande parte das rodovias interestaduais sequer eram pavimentadas. Mas isso nunca foi um empecilho para Bessie, que viria a se tornar a primeira mulher negra a viajar por todos os 48 estados americanos – feito que ela repetiu mais oito vezes ao longo da vida. 

Mulher, negra e aventureira: quem é a motociclista que quebrou todos os tabus na década de 30 nos EUA - 1

Por onde passava, a motociclista causava frisson: uma negra, pilotando sua Harley pra lá e pra cá, durante o rigoroso regime de segregação racial, não era algo que se via todos os dias.  

Bessie pagava o preço da ousadia na carne. Muitas vezes foi recusada em hotéis, o que a levou a dormir na rua ou em casa de outros negros que ofereciam abrigo. Também sofreu preconceito de motociclistas se recusavam a aceitá-la nos grupos (os negros só seriam permitidos em clubes de motociclismo duas décadas mais tarde). 

Mas nem tudo foi pedreira. Durante a Segunda Guerra, Bessie foi escalada para trabalhar como mensageira, levando material de uma unidade militar para outra pelo país. 

Mais tarde, nas suas andanças, passou pelo Haiti, pela Europa e até pelo Brasil! 

Depois, já na década de 50, mudou-se para Flórida e estudou Enfermagem. Ela participava frequentemente de corridas e, dizem, dirigiu sua moto até pouco antes de morrer, aos 82 anos, em 1993. 

Atualmente, Bessie é um dos grandes nomes do Motorcycle Hall of Fame dos EUA. A Associação Americana de Motociclismo até hoje concede o prêmio Bessie Springfield a pessoas que inovam no campo do motociclismo. 


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Fonte: Vice | Imagens: Ann Ferrar, biógrafa de Bessie Stringfield